Evanildo Lourenço Alves - Mestre Niltinho, nasceu na cidade de Diamantina/MG, em 09 de fevereiro de 1971. Começou a praticar capoeira aos oito anos de idade com o professor Joel Dias, com quem treinou até os treze anos no bairro São Paulo, em Belo Horizonte. Lá havia um grupo de capoeiristas que treinava em um campo de futebol todos os fins de semana. Em uma destas rodas, enquanto eu observava, fui convidado por Joel para jogar e pediu para que eu fizesse alguns movimentos. Em seguida ele me deu uma calça de saco de açúcar e falou para eu participar da apresentação de Capoeira também. Eu era o único garoto da turma e o público se divertiu com minha calça que caia o tempo todo, arriscando um jogo com a ginga um pouco cruzada e caindo do Aú a toda hora. Joel era o melhor capoeirista da região, era ágil e tinha um muito bonito, mas batia até na sombra quando por perto da roda passava uma mulher bonita. Depois de um certo tempo quando Joel passou a freqüentar a igreja evangélica, largou a capoeira, deixando o grupo com muita vontade de prosseguir, ir em outras rodas e de conhecer outros capoeiristas, também dispostos a contribuir com nossa aprendizagem. Treinávamos em casa, nas praças e, com certo reconhecimento, entramos com a capoeira também em academias e clubes. Em 1984, conhecemos o Mestre Mão Branca e passamos a treinar no Grupo Negrinhos de Sinhá, onde permanecemos até 1990. Em 1990 Eu Negativo e Ray recebemos um convite de um aluno Belga, Positivo, para conhecermos a Bélgica e Alemanha. Ao retornarmos ao Brasil, no mesmo ano, sentimos a necessidade de criar uma identidade própria e repassar os conhecimentos adquiridos ao longo dessa caminhada. Assim, fundamos o Grupo Porto de Minas Capoeira no dia cinco de setembro de 1990, enraizado na cidade de Belo Horizonte. À partir daí, continuamos a viajar a procura da capoeira pelo Brasil e no exterior, na maioria das vezes apenas com a passagem de ida. Contudo, as barreias enfrentadas eram "café pequeno" para nós, que tínhamos o objetivo de cada vez mais aprender e aprimorar nosso conhecimento. Com o passar do tempo veio o reconhecimento dos capoeiristas pelo Grupo Porto de Minas que completou no dia 05 de setembro de 2002, 12 anos de existência. Durante todo este tempo Mestre Niltinho vem aprimorando e ensinando capoeira, passando à seus alunos com muita técnica, a riqueza da cultura e da ideologia da Capoeira.

MESTRE PORRADA

Luiz Gonzaga Conrado me batizaram, logo que nasci no dia 10/09/1963, nome este que me foi dado por dona Nana e Sr. Ângelo, que na época já tinham outros seis filhos e que se mudaram para Belo Horizonte, vindo a morar no Bairro Alto Vera Cruz.
PORRADA me apelidaram, por pura confusão do meu primeiro Professor ( Léo ) que ao me inscrever para treinar capoeira, confundiu o meu sobrenome Conrado com Porrada. Professor esse que conheci em 1977 juntamente com meu amigo Helvécio, que já jogava capoeira e me chamou para assistir à uma roda no CIAME – Centro de Educação. Gostei tanto que passei a ir na roda toda sexta-feira.
Pedi ao Professor Léo que me inscrevesse nas aulas, mas já não tinha vagas. Esperei meses até que no dia 08/08/1978, quando comecei a treinar CAPOEIRA. Me dediquei tanto à capoeira que ganhei a confiança do Professor e hoje angoleiro Léo, a quem devo toda a minha vida na capoeira e por hoje o que sou – um homem de fato – já que cresci numa comunidade carente. Passei a ir nas chamadas rodas de rua, na Praça Sete e Praça da Liberdade.
Não mais estudei, mas na capoeira me fiz instrutor, me tornando mais tarde Mestre, pois me dediquei sempre a tudo o que me propus e uma destas propostas era nunca desanimar e para isso contei com a ajuda de Deus e Dona Nana, que quando me via sem animo para nada, colocava um Suassuna na vitrola e ai eu me animava e continuava nos caminhos da capoeiragem.
Saindo do Grupo do Léo, comecei a dar aulas no Bairro onde morava, fundando assim o Grupo de Capoeira Regional HUNGANDA. Depois outro grupo de Capoeira, esse de nome LIBERDADE, que possuía vários alunos bons, mas o tempo foi passando e a capoeira infelizmente evolui rápido demais, nos deixando para trás.
Foi então que conheci o Grupo Mandingueiros dos Palmares, com o Mestre Chuvisco, aonde cheguei a Contra-Mestre, mas o Grupo também acabou e foi quando conheci o PORTO DE MINAS, em 1994, onde não havia classificação compatível com a minha. Fui de estagiário Branco e Azul, Roxa, da Roxa para Roxa e Marrom, da Roxa e Marrom para Marrom que já era de Professor. E em 01/12/2003, colocaram em minha cintura a corda CINZA, me sagrando MESTRE, pelas mãos de Mestre Niltinho a quem muito agradeço.

E como já dizia MESTRE PASTINHA ...

“SÓ DEIXO A CAPOEIRA QUANDO EU MORRER” .